Podemos acompanhar de perto a evolução da educação à distância durante o período em que já estamos cursando Pedagogia, assim como também por relatos e vivências acerca do assunto. Lembramos-nos dos relatos saudosos de conhecidos sobre os Cursos do Instituto Universal, do Telecurso 2000, entre outras iniciativas da EaD no Brasil. Hoje nos encontramos na era da Web 2.0, que trouxe significativas vantagens no ensino EaD, e como contrapartida, tivemos que nos adaptar às novas tecnologias.
Então, “- Que raios é esse negócio de
Web 2.0? ”, você deve estar se perguntando... Este é um termo que surgiu em
2004, que transformou as páginas estáticas em páginas interativas, o que
possibilitou o desenvolvimento das comunidades virtuais de aprendizagem. Desta
forma, o usuário poderia participar da elaboração dos conteúdos que eram
disponibilizados na rede, favorecendo a aprendizagem colaborativa, conhecidas
como social networking. A tecnologia multimídia e de redes sociais contribuíram
significativamente para esta mudança, e a própria rede através das redes
sociais trata de difundir, a cada dia, um pouquinho de conhecimento a mais, que
acaba por agregar algo a alguém, através de sua rede de interesses e contatos.
Essas novas tecnologias fornecem ferramentas úteis para essa divulgação, pois
se pode contribuir com vídeos, imagens, textos de construção coletiva, produção
de slides, agendas eletrônicas e organizadores pessoais. Então, podemos dizer que as comunidades de
aprendizagem estão em todo o lugar na rede de internet, pois até as redes
sociais podem disseminar conhecimento.
Com a interatividade aumentada, o
professor e aluno estão em um mesmo patamar, podendo contribuir em igualdade,
haja vista que todos podem contribuir de alguma forma na produção do
conhecimento. Assim, deixa-se de ser um simples expectador, e a sabedoria de
cada um pode contribuir para o conhecimento de todos, de forma que a construção
do conhecimento é feita a partir desta interação entre todos. Denominamos isso
de comunidades virtuais de aprendizagem. Segundo Mussoi et al (2007) apud Levy (1999), ela se forma a partir de interesses em comum, em projetos mútuos, de
forma cooperativa, independente das distâncias geográficas e do assincronismo entre o ensinar e o aprender.
Podemos perceber e citar o quão
importante são as comunidades virtuais de aprendizagem para o ensino EaD: ela torna
o aluno ativo em seu conhecimento, pois há o interesse comum ou um projeto
mútuo. Há o empoderamento do aluno, pois neste espaço todos tem algo a aprender
e algo a ensinar, dando uma abertura pra que todos possam contribuir com suas ideias e
opiniões. Dessa forma, há uma aproximação dos envolvidos. Além disso, há o
registro do conhecimento compartilhado, de forma que se possa fazer uma
consulta posterior. Acima de tudo, há a interatividade e a cooperação, num
ambiente de aprendizagem colaborativa, um verdadeiro trabalho em equipe, tudo
isso sem nos esquecermos da importância do meio para a aprendizagem (a internet),
que possibilitou esse avanço, levando conhecimento a um público variado.
O desafio da EaD, neste sentido, foca-se
na mudança de paradigmas diante desta nova forma de aprendizagem, que necessita
ser mais atrativa, de forma a atiçar a curiosidade e a vontade do aluno, assim
como exige uma nova postura do professor diante desta nova realidade. Segundo Santos, “apenas disponibilizar conteúdos em
formato tradicional utilizando novas tecnologias não significa educar”. Segundo Mussoi et al, ele deve
mediar, problematizar, instigar, orientar e articular este processo. Por isso,
somente a ferramenta em si não basta, é preciso um pouco de calor humano, capaz
de acalentar o interesse pela construção do conhecimento nestas comunidades.
Referências:
MUSSOI, Eunice Maria et al.
Comunidades Virtuais – Um
Novo Espaço De Aprendizagem. Disponível em: Http://Www.Cinted.Ufrgs.Br/Ciclo9/Artigos/8aeunice.Pdf. Acesso em: 08 out. 2014.
SIHLER, Anelise Pereira. Comunidades Virtuais: aprendizagem colaborativa. Disponível em: http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A2E7311D1012FBCBD791155E0/2011_comunidades_virtuais.pdf. Acesso em: 08 out. 2014.
SANTOS, Antônio Carlos Pereira dos
Junior. Os benefícios dos ambientes
virtuais de aprendizagem para alunos, professores e IES. Disponível em: http://abmeseduca.com/?p=1948. Acesso em: 08 out. 2014.
SCHENKEL, Maria
Hermínia Benincá. Metodologia da
educação a distância I: caderno pedagógico / Maria Hermínia Benincá
Schenkel, Mônica Marçal, Tânia Regina da Rocha Unglaub; [designer instrucional:
Carmen Maria Cipriani Pandini]. 1ª ed. Florianópolis: DIOESC : UDESC/CEAD,
2013.
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